terça-feira, 21 de agosto de 2012

o hipermercado


O HIPERMERCADO



Tem um hipermercado bem próximo a minha casa. Se de inicio frequentei-o com constância, hoje minhas idas são esporádicas. Procuro lugares mais pessoais, talvez uma dose de saudosismo.

Quando criança, isto faz tempo, morava na Alameda Lorena, 280 em São Paulo. Digo o numero, pois se localizava entre a Avenida Nove de julho e a Av. Brigadeiro Luiz Antônio. Nesta época, já frequentando o primário, era encarregado de empregar minhas pernas para pequenas compras diárias: Carne, pão, leite e assim por diante. As compras mais pesadas meu pai as fazia. Não tínhamos carro, aliás, na quadra que morávamos só havia três automóveis, as outras casa em pleno Jardim Paulista dependiam do Bonde na Rua Pamplona, ou de ônibus na Brigadeiro ou Nove de Julho.

Portanto, a ida às compras era diária, agravada que a geladeira Consul só começou a ser difundida neste período. Boa parte dos itens perecíveis era comprada diariamente, à custa do moleque, Eu.

Assim diariamente passava no pequeno armazém do Sr. Manuel, em frente à Rua Capitão Pinto Ferreira, onde pegava o leite, o pão que ele revendia e alguma coisa que faltasse para fazer a refeição.  Em frente havia o açougue, que era mais minha mãe que ia. Seguindo para a Brigadeiro havia a quitanda de outro Manuel e um armazém maior na esquina, onde era realizada a compra pesada. Descendo a Brigadeiro, na Padaria Charlu, havia pão quente, apesar de mais distante dávamos preferência, isto quando o tempo era generoso.

Todo este movimento tinha suas compensações, as pessoas eram conhecidas, se tratavam pelos nomes. Havia comunicação, e até amizade. Geralmente tudo era marcado na caderneta e, pago no final do mês; com confiança de ambas as partes. Realmente existiam pessoas, não consumidores.

É exatamente a impessoalidade que me estranha e afugenta quando possível do Hipermercado, ninguém conhece ninguém. É completamente impessoal.

Pensar que: virando a Brigadeiro à esquerda ficava a Doçaria Pão de Açúcar, onde buscávamos os doces amanhecidos, quando voltávamos do Grupo em bando de moleques. Era de graça. Foi aí, que nasceu o Grupo Pão de Açúcar, com os primeiros hipermercados do País e, meu pai foi o contato de publicidade no início, pelo jornal que ele trabalhava.



22/08/12

Tony-poeta

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