domingo, 9 de setembro de 2012

FERIADO NA PRAIA


FERIADO NA PRAIA


 

Quem mora como eu no litoral vai pouco a praia. Sempre fazemos rotinas e, acabamos excluindo a areia. No atendimento clinico dos pacientes locais é sempre uma dificuldade fazê-los caminhar. Muitos compram esteira ou bicicleta ergométrica ao invés de aproveitar o mar que está à disposição vinte e quatro horas por dia. O pior de tudo é que estes aparelhos acabam virando cabides de roupas, ao invés de seu uso para a saúde.

Quando meus filhos vêm me visitar, a reclamação é que não os acompanho. Como as visitas são somente em feriados; todos trabalham, a praia cheia é um desestimulo.

Hoje, para não ser chamado de chato, resolvi ir. Fomos a Brunella, cerca de dez quadras da residência. Com a netinha pequena, fica longe para ir a pé, o sol estava forte, fomos de carro.

Deixamos Ana, Tati e Gigi no café e arrumamos lugar para estacionar seis quadras dali, ganhamos quatro, já é uma vantagem. Fomos procurar um lugar entre os guarda-sóis. Uma aventura.

O posto de guarda-vidas, no caminho, tem também os sanitários, a fila estava grande. Tanto na ala feminina, como na masculina. [Batemos fotos, postarei depois.] Pelo menos vinte pessoas, em cada fila dividida por sexos aguardavam sua vez.

Encontramos um quiosque com vaga. Mais duas quadras. Era no cimentado que continuava a calçada. Sem areia. Pedimos refrigerantes e Gigi minha neta foi desfrutar o mar. Fiquei observando. As pessoas ao redor pouco conversavam, Todos compenetrados, com ou sem copos nas mãos desfrutavam o pequeno espaço ao ar livre que conseguiram.

Os refrigerantes demoraram a ponto de buscarmos no balcão. As moças que atendiam estavam completamente perdidas, com o movimento. Interessante notar que estávamos em uma barraca organizada, que inclusive cobrava consumação. Continuei observando, é um velho costume dos grandes primatas que conservamos.

Dentre os humanos sentados, me chamou a atenção uma moça que fazia o tipo periguete, tão em moda, se agitando e inconformada com a solidão, a solidão é sempre aflitiva e contagiante, nunca imperceptível.

Terminado o tempo estabelecido de exposição da criança ao sol, fui à fila do caixa para pagar, pedir a conta na mesa atrasaria nossa saída em pelo menos uma hora. Pelo menos dez pessoas formavam a fila.

Ao sair outra moça, com o mesmo ar da anterior vomitou há dois metros de onde eu estava, quase me acertou. Falava agitada para a companheira:- Vamos embora! Vamos embora. Percebi que o dia acabara para ela.

Enquanto aguardava meus acompanhantes tirarem a areia, um senhor de cerca de sessenta anos, que estava atrás de mim na fila do caixa, chegou próximo a um casal e, tanto o marido como a esposa perguntou se ele tinha pagado tudo e quanto foi.

Foi aí que vi um mecanismo de transferência em público. A esposa deste senhor chegou e, certamente não concordando com o pagamento total da despesa, ao invés de argumentar para a divisão da mesma, começou a brigar transferindo o problema: - Olha aqui teus chinelos. Tenho que carregar até teus chinelos. O grande problema é que, falando alto, logicamente para ver se o casal amigo se tocava, se exaltou e sua voz ficou audível pelo menos por cinquenta metros.

Atravessaram a rua e, logo na esquina estava o carro que usavam; um carro de luxo. Deduzi que chegaram cedo, já que o veiculo estava praticamente na frente do quiosque, e por dedução de tempo a conta realmente ficara cara.

Rodrigo buscou o carro, esperamos no café, voltamos para almoçar. A presença da neta, filho e nora é sempre agradável; foi um bom passeio apesar do entorno tumultuado. A minha esposa e eles estavam felizes por conseguirem me retirar de casa num feriado.

Com medo de ficar preso no trânsito de volta, já ficara três horas no congestionamento para nos visitar, não esperaram o domingo e voltaram a São Paulo.

Com certeza vou ficar em casa no domingo.

 

09/09/12

Tony-poeta

 

 

 

 

 

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