sábado, 24 de setembro de 2011

alter ego






Fiz o ideal...

Formei meu viver.

Súbito,

Como um redutor de combustível

Esquentou o motor.

Quão complicado ficou o tão simples!



Projetei:

O humilde no vulgar.

Pouco esforço para uma pulsão,

Uma bolinha de luz me comandava...

De onde veio?

Eu sei... Mas não me lembro;

Para onde vai?

Eu sei... Mas não vejo.



O simples complicou-se com outra luz.

Uma centelha penetrou meu mundo.

Como um espelho,

Por consumo, me consumiu

Embaralhou minha pulsão,

Deslocou a bolinha de luz,

Deu refração.

O vulgar acusou

-Egoísta... -Vaidoso... -Foram seus termos

A refração aumentou

Na vizinhança... Aqui... Além...

Nas coisas... Nos bens...

De uma casa a um castelo,

Apenas um jogo de imagens.

Do sítio ao latifúndio,

Apenas uma refração

Do humilde ao onipotente,

Apenas uma mudança de fase.



Tudo é um jogo

Onde o ideal de uma luz

Perde-se em outras luzes.

Onde uma forma se deforma,

Fragmenta-se

E neles se recria,

 Como uma fada

Com coração de monstro.



Por fim...

Confuso...

Num palácio de espelhos,

Batemo-nos...

Batemos...

Batemos...

...





01/02/1990

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