Fiz o ideal...
Formei meu viver.
Súbito,
Como um redutor de combustível
Esquentou o motor.
Quão complicado ficou o tão simples!
Projetei:
O humilde no vulgar.
Pouco esforço para uma pulsão,
Uma bolinha de luz me comandava...
De onde veio?
Eu sei... Mas não me lembro;
Para onde vai?
Eu sei... Mas não vejo.
O simples complicou-se com outra luz.
Uma centelha penetrou meu mundo.
Como um espelho,
Por consumo, me consumiu
Embaralhou minha pulsão,
Deslocou a bolinha de luz,
Deu refração.
O vulgar acusou
-Egoísta... -Vaidoso... -Foram seus termos
A refração aumentou
Na vizinhança... Aqui... Além...
Nas coisas... Nos bens...
De uma casa a um castelo,
Apenas um jogo de imagens.
Do sítio ao latifúndio,
Apenas uma refração
Do humilde ao onipotente,
Apenas uma mudança de fase.
Tudo é um jogo
Onde o ideal de uma luz
Perde-se em outras luzes.
Onde uma forma se deforma,
Fragmenta-se
E neles se recria,
Como uma fada
Com coração de monstro.
Por fim...
Confuso...
Num palácio de espelhos,
Batemo-nos...
Batemos...
Batemos...
...
01/02/1990
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