sábado, 11 de fevereiro de 2012

HOJE É SABADO









HOJE É SABADO





Vinicius fez um lindo poema, inclusive musicado. Porque Hoje é sábado. Lembrei-me dele. Manhã de ir ao Super-Mercado. A lista estava no imã da geladeira, aliás, dois, era grande.

 Quando morei em Marília dava preferência à feira para frutas e verduras, O mercadinho era ao lado de casa e não havia grandes compras, buscava-se conforme ia acabando. Já à feira ia com meus três filhos e era realmente um programa. Tinha o pastel, sem o charme de hoje, as bexigas do Vô Zé. Já havia uma feira do rolo onde sempre se encontrava uma inutilidade que fazia a molecada feliz e a Ana dava bronca. A pipoca do Zé pipoqueiro. Todas as pessoas tinham nomes, e nos também. Era um relacionamento humano.  As verduras e frutas eram colhidas praticamente no dia, durava a semana toda, coisas que não acontecem mais.

Peguei o carro, as sacolas. Fui. Esta proibição das sacolinhas plásticas ainda não a assimilei. Nosso povo é por demais pacatos e nossos comerciantes muito ávidos por lucro excessivo. Em minha opinião são antipatrióticos. Quando o dólar sobe aumentam o preço, quando baixa, nada. Se o governo abre crédito e o povo compra. Eles aumentam preços. Gera inflação, o crédito diminui, o povo compra menos. O lucro já estava garantido no aumento. Não adianta falar que venderam menos, realmente o povo se privou de alguma coisa, mas o lucro destes “espertos” no mínimo ficou igual. Considero isso lutar contra o país, a função social da indústria e comércio não é esta.

Chegando, eu e as sacolas; os filhos já são adultos e longe, vejo um senhor de aproximadamente cinqüenta anos com um grande problema de logística. Estava com uma compra pequena e, uma caixa estreita e alta, de mais ou menos um metro de altura, tentando acomodá-la no bagageiro de sua bicicleta. Óbvio, não cabia. Não esperei para ver a mágica, pensei apenas que as sacolinhas são usadas como sacos de lixo em qualquer casa normal e, descartadas corretamente. Uma caixa naquele formato seria o lixo de difícil descarte, este sim poderia dar problemas nas bocas de lobos.

O supermercado estava agitado, como é o normal, pessoas comprando, algumas com três ou quatro crianças correndo de acompanhantes e, quase todas as mercadorias das gôndolas sendo respostas. Seria normal se os carrinhos não interrompessem o espaço e os repositores não achassem que, pelo fato de estarem trabalhando tivessem prioridade sobre os clientes. Não fazem as prateleiras a noite, quando tem poucos clientes para não pagarem horário noturno.- O freguês não reclama! É a opinião deles.

 Realmente tínhamos um congestionamento dentro da loja. Segui a minha lista, comprei saco de lixo menor, o Para Pia. R$ 7,79. Antes usava a sacolinha. Pensei novamente, se tem pessoas que descartam embalagens, Vão jogar fora todas, não só os sacos do caixa, estas devem ser educadas, Toda Proibição É Burra.

Enquanto não conseguem que a cidadania seja soberana, e o lixo com descarte correto, vamos aproveitar todas as pessoas desempregadas na limpeza pública e dar empregos.

Há três anos fui a Fortaleza e não consegui fumar no centro da cidade, a limpeza era tanta e tão bem feita que me inibiu. Não tinha como descartar a bituca do cigarro sem me julgar porco.

Não admito desemprego, principalmente num país com tantos recursos. Nada me tira da cabeça que este existe por ganância da classe governante. Se o salário mínimo, aliás, insuficiente é de R$ 600,00, não é possível políticos e o judiciário ganhar quarenta vezes mais. (19.000,00 e pouco) Será que são quarenta vezes mais cidadãos que os outros?  Num país mais antigo, a França, por exemplo, a diferença entre o menor e o maior salário encontra-se em sete vezes e não quarenta. Isto é absurdo e a mudança das leis está exatamente nas mãos dos que mais ganham. Nosso povo é muito submisso.  Aumente o que está na base, diminua o salário de quem está no topo (existe uma lei que não pode baixar salários, os políticos a fizeram) e teremos emprego pleno. Não considerar que 6% de desemprego é uma glória, pois não é.

Fui à fila do caixa. Todos os funcionários deste setor estão sendo pagos com as sacolinhas, como já demonstrei. O caixa serve além de sua função original, para pagar contas, recarregar celulares (uma senhora na minha frente fez seis recargas de R$ 12,00, cada uma delas anotada num papelzinho amassado, de difícil leitura e, paga com um cartão de crédito diferente com a senha em outro papel).

 Tudo que puder aumentar o lucro é válido. Finalmente paguei a conta, acomodei nas sacolas que levei.

Terminou a minha primeira obrigação do sábado. Resolvi externar minha indignação por escrito. Temos que melhorar.




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