quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A ENDOSCOPIA





                          A ENDOSCOPIA





É sabido na área médica que a endoscopia no Brasil começou em Marília.

Dr. Akira Nakadaira foi buscá-la no Japão, aprendeu a técnica, comprou os aparelhos e trouxe para Santa Casa de Marília, onde foi montado o Centro de Endoscopia entre o ambulatório e o Laboratório do Hospital. Sempre supervisionado pela sua brilhante enfermeira e instrumentadora Da. Sonia.

A endoscopia surgiu do avanço das fibras ópticas, onde se tornou possível através de um tubo todo um sistema corporal.

Para divulgação da técnica iniciou-se um curso anual na Santa Casa, de uma semana, onde passaram ora como aprendizes e Dr. Bettarelo, Dr Walter Henrique Pinnoti e Dr. Schilioma Zaterca, entre outros.

Dr. Rubens Silvado e Dr. Osmar foram posteriormente ao País Oriental para aperfeiçoamento. Este curso pioneiro foi freqüentado por médicos de todo País e houve anos que até mestres Japoneses vieram reforçar o estudo.

Em 1975, foi solicitado a mim, que na época era responsável pelos Rurais que selecionasse pacientes para as aulas. Eram doentes, com Raios-X indicando lesão.

 Dr. Akira era muito meticuloso neste ponto. Após concordância dos mesmos seriam submetidos à endoscopia e posteriormente tratados pelos professores. Os pacientes internariam na véspera, o que já estava combinado com a direção e com leitos reservados.

Foi feito conforme a programação e iniciou-se o curso. Tudo andava bem, até que por intolerância a medicação, se necessitou de um novo doente. Portanto fora do programa.

Fui consulado se haveria esta possibilidade, sugeri um doente recém admitido com queixas fortemente sugestivas de doença de estomago ocupasse o lugar vago. Não daria para fazer o Raio-X. Dr. Akira, mesmo um tanto insatisfeito acabou concordando.

Dia seguinte, após visitar os doentes internados fui olhar como estava o curso. Estava muito agitado. Tinha fila para entrar na sala de exames. Fiquei preocupado.

Encontrei Dr. Rubens e indaguei o motivo da agitação. Se tinha acontecido algum acidente. Afinal qual fora o problema?

Prontamente fui tranqüilizado. O paciente encaixado, logo no início do exame, mostrou um câncer de esôfago em fase inicial. A agitação era que, por ser o exame um processo visual tal imagem era muito importante para o curso.

Foi uma coincidência benéfica. O curso saiu enriquecido e o doente substituto pode ser operado com possibilidades de cura.



29/02/12

tony-poeta pensamentos


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